Recebemos no grupo de Whatsapp do Freakswimmers a aviso que aconteceria uma prova de natação na Praia da Cocanha de 7k. Nossos olhos brilharam por dois motivos…o litoral norte de SP faz parte na nossa vida (somos paulistas rs) e nadar 7k era um desafio animador, algo que já haviamos pensado mas que agora teríamos a chance de realizar. Vamos? Vamos!
Atualmente treinamos e competimos pelo Clube Fluminense com a equipe master e nadamos por recreação no mar.
Entramos em contato com a Aninha treinadora do Fluminense e iniciamos as planilhas de treino 3 vezes por semana e nos finais de semana no mar com o objetivo do aumento de distância.
E com a confirmação do Super Challenge do Rei e Rainha do Mar ficamos abusados, os 7k passariam a ser o nosso super treino de natação em águas abertas.
São Paulo é logo ali…tudo preparado fomos no sábado 26/11 véspera da prova, saímos do Rio de Janeiro as 7h00 e fomos pela Rio/Santos ,chegamos na Praia da Cocanha as 13h00.
As 14h00 iniciava a entrega de kit, fomos direto para o local e de cara já encontramos a turma da pesada que organiza a prova.

Encontramos com eles saindo do mar, com uma tranquilidade de percurso testado e aprovado. Disseram que o mar estava uma piscina e parecia estar mesmo…
Fomos para a casa com aquela emoção de termos falado com super atletas…
…praticamente semi Deuses e amigos de Neptuno – Rei dos Mares e Namor – Príncipe Sub-marino! Essa dupla ja fez provas nadando mais de 8ok e 10 horas de natação!
No dia da prova, o tempo estava nublado com um mormaço. A prova dos 7k largava as 8h00 e por isso madrugar foi preciso…
Ao chegar na praia e vermos a estrutura toda montada, todo mundo com cara de quem nada muito, e parece que só você é iniciante na distância escolhida, que não nada tudo isso e está ali de abusado que é rs…
Pois é, é o frio na barriga que sempre dá e sentimos, é o respeito pelo mar e aí e se treinou é só seguir.
Fato é, têm uma turma que realmente nada muito ou seja a elite e os que conseguem ir atras no ritmo nervoso!!
Para mim Sheila, uma adrenalina foi tomando conta do meu corpo, e a sensação era que eu havia tomado um Red Bull ou capsula de cafeína…e na verdade eu só havia tomado o café preto sem açúcar de sempre e comido uma panqueca de banana (ovo, banana e aveia).
O apoio do Cesar de Castro e da Deiseane no pré prova foi demais, os dois ficavam atentos a todos os detalhes que eu poderia esquecer…A roupa está ok, óculos ok, touca ok, suplemento ok, chip…aliás o chip era um papel com código de barra plastificado pequeno que você fixa com alfinete na roupa. Tudo certo, tudo pronto, só aguardando as orientações para a largada dos 7k.
Durante o congresso técnico fomos informados que o sentido da prova mudou e que teríamos que tomar cuidado com uma área do percurso por haver uma criação de marisco e que nadar por lá seria como nadar em navalhas! Logo era lei passar muito longe, o que já estava delimitado pelas boias que manteriam os nadadores longe do perigo, mas o aviso estava dado e era preciso reforçar a informação!


A largada aconteceu dentro do mar, uma faixa segurava os nadadores e após a buzina começou a prova, e a chegada também seria definida na água.
Uma novidade para nós, pois o staff na chegada orienta os nadadores para saírem devagar e na ordem; assim a prova não é definida na areia se alguém correr mais e sim por quem chegou primeiro na água e na ordem.
Homens e mulheres ao mar, e fomos todos juntos. Braçada a braçada naquele mar inicialmente piscina na Praia da Cocanha em Caraguatatuba.
No inicio eu Sheila só pensava em como estava nadando, analisava cada braçada e ajustava com umas dicas que vinham na minha cabeça…”Alonga, rotaciona e finaliza” – orientações da nossa amiga Elisabeth Amorim … vinha a imagem do movimento que ela fez fora d´água no nosso ultimo café matinal após a natação…
E também “finaliza e toca o dedão na cocha”, dica de um professor Uruguaio…
E assim foi o inicio, foco nos ajustes das braçadas e pernadas que precisavam estar encaixadas para minimizar o esforço.
As pessoas ao redor foram se dissipando…e eu Sheila fui ficando quase sozinha, passei as primeiras três boias e a quarta seria na ilha.
De longe avistei uma tenda vermelha e foi o foco da minha navegação até chegar. Perto da ilha a ondulação estava vindo pelas laterais, ondas vinham pela esquerda e pela direita e te esmagavam (exagero risos), neste momento já estava dando pé para caminhar.
Cheguei na ilha com 58 minutos e 2.780 metros* percorridos e senti que estava muito bem. (* informação extraída do Garmin 920 que a Deiseane me emprestou mesmo sabendo que eu poderia não chegar a tempo para devolver para a prova dela. Foi um gesto que me deu tanta segurança e foi tão importante que eu nunca vou esquecer.)
Na ilha dois meninos de aproximadamente 12 anos distribuíam água e Gatorade. Tomei 03 copos de água, suplementei e fui… Muito importante hidratar-se e repor o que perdeu de sais etc!
Ao mergulhar novamente na água a sensação de encaixe imediato foi maravilhosa, meu corpo já estava alerta na mecânica e assim a cabeça ficou livre para pensamentos e musicas aleatórias…rolou de Amy Wine House a Pagode…
Nesta etapa a navegação foi fundamental, o sentido eram duas ilhotas que estavam a uns 2km de distância. Senti uma leve mudança no mar com entrada de ondulações que não impulsionavam para frente mas mantive no ritmo.
No caminho fui pegando dicas de navegações com o staff (turma de stand-up e barcos) que foram muito valiosas e assim segui até a reta final quando apareceu uma mulher, supostamente da mesma categoria e disputamos braçadas e pernadas até o final e eu consegui chegar na frente! Pegas de fim de prova, quem já viveu sabe o que é rsrsr!
Cheguei e escutei: mantenham a ordem! E eu estava na frente… mas era a 11º da categoria, a melhor disputa na verdade foi comigo, descobrir que ainda tinha mais gás na reta final foi fechar com chave de ouro!
E nada de parar, ainda teria a prova dos 1.5k e era a minha vez de dar suporte para o Cesar de Castro e a Deiseane.
Depois rolou a prova kids e eu consegui que o meu sobrinho e afilhado se animasse e ainda levasse a minha irmã (que sempre nadou melhor do que eu) para nadar no mar.
Meu coração ficou apertado, senti medo, insegurança, e da areia queria que desse tudo certo, torci para que fosse uma experiência bacana!
Na hora acho que foi um grande desafio para meninada, o Felipe que nadou com a Claudia e o Pedro que foi até o fundo com o César vendo a prova das crianças de perto, talvez um susto do bom para todos mas com certeza uma semente foi plantada e certamente estaremos de novo todos na água!
E como foi o 1,5km?
Eu César, tinha me preparado para a prova do 7km, mas imprevistos acontecem.
Na quinta feira pré prova que foi no domingo, comi algo que não caiu bem e o treino todo foi para o espaço, indisposição te derruba e só o tempo resolve.
Até o último momento tentei fazer os 7k, retiramos os kits juntos no sábado e até domingo cedo estava na expectativa de como me sentiria para encarar o desafio. Sábado a noite estava bem, dormi bem, mas estava apreensivo.
Domingo de manhã na areia decidi que não faria os 7km e troquei o kit para o 1,5km. Não dá para brincar com qualquer prova quanto mais com o mar. Claro que ficou aquela vontade e uma chateação pois queria muito fazer esse percurso fantástico. Porém oportunidade não faltará e como digo sempre mar não têm borda e nem fundo como piscina, então total respeito sempre a você e a natureza!
Nosso amigo do staff posicionou a turma e passou afita para organizar a turma para a largada…
Foi a decisão acertada. Fiquei tranquilho e fui encarar o 1,5km que também teve seu trajeto mudado por conta do horário. Isso quer dizer mar mudando e correnteza entrando. Nesse sentido a organização mandou muito bem, fez mudanças nos 7km e nos 1,5km na última hora visando a segurança e o melhor aproveitamento dos participantes, e deu certo.
Toda cabeçada organizada, o fotografo a postos para os melhores clicks e eu no canto esquerdo nos últimos ajustes, afinal tocou a buzina já era e ai era mandar ver!
Prefiro sair pelos cantos por conta da quantidade de pessoas juntas, é muito fácil tomar um pé ou uma cotovelada. Faz parte da brincadeira e você organiza como quiser, eu prefiro sair por fora. Mesmo assim quando vê pode estar no meio da galera!
Largada masculina e feminina do 1,5 K
O percurso foi ir a té a primeira ilha , sair na areia , e contornar duas boias até a chegada. Foi uma prova rápida no mar e que gostei muito de fazer. Praticamente um tiro em águas abertas se comparado aos 7km.
É uma injeção de adrenalina e explosão que precisam ser controladas para otimizar ao máximo seu rendimento. Assumo duas frases para esses desafios que são : “O máximo rendimento com o mínimo de esforço”e dependendo da situação “Vá devagar para chegar rápido”, dito do meu amigo Nico de Monte Verde que é motociclista. Dá para ver que o dito se aplica a motos, carros, corridas de montanha, rua, bikes e claro natação em águas abertas também.
Esse é um os melhores momentos sempre, terra firme depois do desafio e a caminho da comida, água, etc etc etc . Natação dá uma fome infinita!
E como a Sheila disse e eu reforço, chegar bem no final e feliz é sim fechar com chave de ouro, não há outro prêmio melhor e foi assim que aconteceu para mim, para Sheila e para os futuros Aquaman Pedro e Felipe… ahh e quanto a Cláudia, essa já é e não conta, e o Luciano tá na lista !!!
Vamos aumentar mais e mais a participação de todos no esporte seja competitivo ou não ! O mar está ai para todos e há uma legião de amigos aquáticos e oportunidades para curtir, competir e acima de tudo se divertir com os amigos e família Aquaman! Um passo atras do outro ou uma braçada e uma pernada idem a gente chega onde quiser!
Até muito breve pelos mares dos Brasil e do mundo!
Biografia dos Atletas:
Samir Barel: Vencedor da 14 Bis (24K) (2008);Vencedor da Travessia Ilha do Arvoredo (23K) (2012);Top Ten no Grand Prix Mundial FINA (2013), disputando as provas de Hernandárias-Paraná (Argentina, 88K), Santa Fé – Coronda (Argentina, 57K), Cancún (México, 15K), Lac St-Jean (Canadá, 32K), Ohrid Lake (Macedônia, 33K);Grand Prix FINA (2015), Villa Urquiza-Paraná (Argentina, 25K), Cancún (México, 15K), Lac St-Jean (Canadá, 32K), Capri-Napoles (Itália,36K); TRAVESSIA DO CANAL DA MANCHA (Inglaterra-França, 42K).
Marcos Campos:Campeão Pan Americano Master de Águas Abertas (2012);Tricampeão e atual recordista da 14 Bis (24K), a maior e mais tradicional travessia aquática do Brasil;Top Ten na maior travessia do planeta Hernandárias-Paraná (Argentina, 88K) Grand Prix Mundial FINA (2013);Campeão Desafio dos Mares (2013).
Perfeito. O relato, suas provas, o findi em Sampa… Família linda recepcionando… se empolgando. Inesquecível. Vocês dão um show nesse negócio de mandar bem !!
Sempre muito bom te-la por perto atleta parceira guerreira!
Amei o relato de vocês 2, Vou me programar para Ano que estar juntos com vocês e viver essas experiencias, e lógico com as dicas de vcs !!!!
Parabéns !!!
Que 2017 traga muitas lindas aventuras para nós Reneê! Vocês foram grandes incentivadores, vida longa aos FreaksSwimmers! 😀